Localização geográfica dos planaltos e planícies do Brasil
No relevo brasileiro, predominam os planaltos - o das Guianas e o Brasileiro, subdivido em Atlântico, Central, Meridional e Sul-Rio-Grandense.
As regiões de 201 a 1200 m de altitude ocupam 58,46% do território. As regiões acima de 1200 m representam apenas 0,54% da superfície.
O Planalto das Guianas ocupa o norte do país e estende-se pelos países vizinhos. Divide-se em escarpa serrana e planalto norte amazônico.
Planalto das Guianas
Na fronteira Amazonas/Venezuela, destaca-se a Serra Imeri, onde estão os dois pontos mais elevados do território brasileiro: os picos da Neblina com 3014 m e 31 de Março com 2992 m.
Picos da Neblina e 31 de Março
Planaltos
O planalto brasileiro, em razão de sua extensão e diversidade, é dividido em quatro partes:
- Planalto atlântico: ocupa o litoral desde a divisa Ceará/Piauí até o norte do Rio Grande do Sul. Na Região Nordeste prevalecem altitudes entre 200 e 500 metros, com ênfase para as chapadas e serras. Na Região Sudeste, tem suas maiores altitudes médias e surgem "mares de morros", com formações características de "meias laranjas" e "pães de açúcar" .
"Mares de morros" - Serra do Espinhaço - estendem-se pelos estados de Minas Gerais e Bahia
- Planalto central: domina a região centro-oeste do país. É formado por planaltos sedimentares (chapadas) e planaltos cristalinos bastante antigos e desgastados. Apresenta solo muito ácido e pouco fértil.
Chapadas do Planalto Central
- Planalto meridional: ocupa a maior parte da bacia dos rios Paraná e Uruguai, nas regiões Sudeste, Sul e extremidade sul do Centro-Oeste. Sua formação é basicamente por terrenos sedimentares, recobertos parcialmente por derrames de lavas basálticas (Era Mesozoica). Divide-se em duas partes:
- Depressão periférica, com terrenos areníticos, na divisa com o Planalto Atlântico;
- Planalto arenito-basáltico, formado por camadas alternadas de arenitos e lavas basálticas. Entre eles surgem paredões abruptos, as chamadas cuestas. O relevo é suavemente inclinado em direção ao Rio Paraná, a oeste.
Cuestas do Paraná
- Planalto sul-rio-grandense: localiza-se no extremo sul do Rio Grande do Sul, também conhecido como Campanha Gaúcha. Apresenta relevo bem suave e poucas colinas recobertas por gramíneas.
Campanha Gaúcha
Planícies
- Planície do pantanal: ocupa a depressão em que correm o Rio Paraguai e seus afluentes. Sua formação recente (Quaternário) apresenta baixa declividade, provocando grandes enchentes. As partes baixas, ocupadas por lagoas, são chamadas de baías, e as partes altas de cordilheiras. Na época das cheias, se transformam em um grande lago e a maior parte das cordilheiras fica submersa.
Planície do Pantanal
- Planícies costeiras: entendem-se pelo litoral, desde o Maranhão até o Rio Grande do Sul, em uma faixa de largura variável. Em alguns trechos da Região Sudeste, os planaltos chegam até o mar, formando falésias (costões).
Falésias em Torres - Rio Grande do Sul
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Planície amazônica: ocupa a bacia sedimentar situada entre os planaltos das Guianas (N) e o Brasileiro (S), a Cordilheira dos Andes (O) e o oceano Atlântico (NE). Seus terrenos são sedimentares de baixa altitude - planícies somente ao longo dos rios e baixos platôs com altitudes de até 200 metros. Divide-se em três partes: igapó (áreas ao longo dos rios, inundadas boa parte do ano); várzeas (terraços mais altos, inundáveis nas cheias); terras firmes (terrenos mais antigos, do Período Terciário, e elevados, fora do alcance das cheias).
Planície Amazônica
de geografia da Universidade de São Paulo (USP), Jurandyr Ross